Olho pra trás e, por mera comparação, sei que estou melhor, melhor em
formas que nem sei expressar ao certo, hoje me sinto em paz comigo e com o
mundo à minha volta, mesmo com os percalços no caminho, a maioria sem a mínima responsabilidade
minha, posso, e isso é muito estranho para mim, que sou feliz. Claro, ser feliz
é uma impossibilidade imperativa, e felicidade é uma construção emocional que
não me é tangível, ainda escreverei melhor sobre o tema, mas estar feliz é sim
possível, ainda mais o tipo de felicidade que me permito ter: uma leveza
misturada com amor e ternura que nos move à frente.
Sim, é uma visão idílica.
Sim, é uma visão idealizada da felicidade.
Sim, é uma visão positivista e teleológica da felicidade.
Infelizmente, não, felizmente é assim que encaro esse tipo de
felicidade, que não quero e não consigo categorizar. Racionalizar tudo,
absolutamente tudo, a todo momento, por sinal, foi uma das grandes causas da
minha infelicidade. Se há algo que aprendi é que uma das poucas coisas que
podemos levar à sério é não levar nada a sério o suficiente que não se possa
rir dela mesmo. E isso não é falta de rigor, muito pelo contrário, em diversos
aspectos sou, continuo, absolutamente rigoroso, principalmente no que tange a
criação criativa e o conhecimento, porém não confundo seriedade com sisudice.
Hoje, por exemplo, me sinto ridículo rindo, mas não um ridículo por não achar
no riso um local de pertencimento, mas por achar, simplesmente, engraçado eu
rir, e há algo de inerentemente ridículo ao se rir.
Enfim, o caminho é longo e a luta, infindável; e o primeiro e mais
importante eu já fiz: me reencontrei com a paz interior. Hay que luchar,
camarada, hay que luchar...
Avante!
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