Muito se fala da qualidade da
escola (pública) brasileira, que acredito não ser o monstro que todos pintam, e
da falta de professores, e desses se crítica a motivação e o empenho deles. Ai
há dois aspectos bem diferentes: o primeiro se resolveria com uma reforma do
sistema educacional brasileiro, que hoje visa apenas a formação de
profissionais e a perpetuação do status
quo social; o segundo é um ponto mais profundo, talvez uma mudança de
mentalidade e uma política de avanços trabalhistas.
Um dos calcanhares de Aquiles da
educação é a figura do professor. Totalmente idealizado ao longo do século 20,
a imagem do professor passa por uma crise sem procedentes. Somos tachados de
abnegados, fazedores de um bem maior, guias para o sumo-saber, entre outros
predicados que nos aproximariam cada vez mais das sacerdotisas apolíneas.
Claro, que há o fator de
transmissão de saber, mas o professor antes de tudo é um fomentador de saber.
Ele seria uma espécie de empreiteiro do conhecimento. Só há professores se há
alunos.