Ontem, 10/02, eu e minha família
passamos por um momento muito difícil: demos adeus à nossa gata Dorothy. Ela já
tinha onze anos e vinha sofrendo com um tumor maligno na bexiga. Dorothy
nasceu, literalmente, em casa, ela era filha de uma outra gata, a Gata, que
morava conosco. Passou todos os dias de sua vida conosco.
De todos os bichos de estimação
que a gente teve, e sempre tivemos animais de estimação, ela talvez seja a que
tinha a maior personalidade, tanto que ela era muito clara quando gostava ou
não de alguém, além de quando a “dublávamos” ela sempre tinha uma excelente
persona, quase um personagem de alguma sátira de qualidade.
Infelizmente, ela sofreu de uma
doença horrível, que é o câncer, qualquer pessoa que já teve alguém, seja bípede
ou não, na família com essa doença sabe o quão difícil é o desenvolvimento
dessa doença.
Ela passou por uma cirurgia, que
ocorreu muito bem, porém o veterinário, um profissional que a minha família
confia há quase quarenta anos, achou melhor poupar a Dorothy de uma sobrevida
dolorosa e sem qualidade. Explico: no começo achávamos, ou melhor, esperávamos
que o tumor não fosse maligno e que pudesse ser removido. O que não era o caso.
Foi então que tive, mais uma vez, fazer uma terrível escolha: tratar a Dorothy
com quimioterapia, sem a possibilidade cura e com ela sofrendo por causa da
dor; ou passar pela eutanásia.
Como podemos perceber, optei pela
eutanásia. Posso dizer, sem sombra de dúvida, não foi uma decisão fácil. E por
que não foi?, pode alguém me perguntar, já que todos sabem que sou a favor da
escolha de quando e como vamos morrer. (Você pode saber mais sobre minha
opinião sobre o assunto aqui: http://brunorosa82.com/2014/11/07/pelo-direito-a-escolha/).
Simples: não é porque eu seja a
favor da escolha de como as pessoas, e seres, devem morrer, que eu desejo
morrer ou que aqueles quem amo morram. Só acho que qualquer forma de
sofrimento, quando evitável, precisa, e deveria, ser evitado. Optar pela
eutanásia da Dorothy não foi de nenhuma maneira fácil e tranquila, mas
acredito, e a responsabilidade da escolha cai toda sobre os meus ombros, que
era a melhor possível tanto para ela quanto para a minha família. A mãe dela, a
Gata, teve um problema sério de insuficiência renal, e ficamos com ela até seu
dia derradeiro, não optamos escolher pela eutanásia pois a insuficiência renal
possibilitava uma sobrevida muito mais digna para ela.
Enfim, apenas sei que é estranho
acordar e ela não estar na cozinha me esperando. Sentirei profundamente a sua
falta, assim como sinto de todos os bichos que já me fizeram companhia.
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