quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

Um Adeus, uma Escolha Difícil

Ontem, 10/02, eu e minha família passamos por um momento muito difícil: demos adeus à nossa gata Dorothy. Ela já tinha onze anos e vinha sofrendo com um tumor maligno na bexiga. Dorothy nasceu, literalmente, em casa, ela era filha de uma outra gata, a Gata, que morava conosco. Passou todos os dias de sua vida conosco.
De todos os bichos de estimação que a gente teve, e sempre tivemos animais de estimação, ela talvez seja a que tinha a maior personalidade, tanto que ela era muito clara quando gostava ou não de alguém, além de quando a “dublávamos” ela sempre tinha uma excelente persona, quase um personagem de alguma sátira de qualidade.

Infelizmente, ela sofreu de uma doença horrível, que é o câncer, qualquer pessoa que já teve alguém, seja bípede ou não, na família com essa doença sabe o quão difícil é o desenvolvimento dessa doença.
Ela passou por uma cirurgia, que ocorreu muito bem, porém o veterinário, um profissional que a minha família confia há quase quarenta anos, achou melhor poupar a Dorothy de uma sobrevida dolorosa e sem qualidade. Explico: no começo achávamos, ou melhor, esperávamos que o tumor não fosse maligno e que pudesse ser removido. O que não era o caso. Foi então que tive, mais uma vez, fazer uma terrível escolha: tratar a Dorothy com quimioterapia, sem a possibilidade cura e com ela sofrendo por causa da dor; ou passar pela eutanásia.
Como podemos perceber, optei pela eutanásia. Posso dizer, sem sombra de dúvida, não foi uma decisão fácil. E por que não foi?, pode alguém me perguntar, já que todos sabem que sou a favor da escolha de quando e como vamos morrer. (Você pode saber mais sobre minha opinião sobre o assunto aqui: http://brunorosa82.com/2014/11/07/pelo-direito-a-escolha/).
Simples: não é porque eu seja a favor da escolha de como as pessoas, e seres, devem morrer, que eu desejo morrer ou que aqueles quem amo morram. Só acho que qualquer forma de sofrimento, quando evitável, precisa, e deveria, ser evitado. Optar pela eutanásia da Dorothy não foi de nenhuma maneira fácil e tranquila, mas acredito, e a responsabilidade da escolha cai toda sobre os meus ombros, que era a melhor possível tanto para ela quanto para a minha família. A mãe dela, a Gata, teve um problema sério de insuficiência renal, e ficamos com ela até seu dia derradeiro, não optamos escolher pela eutanásia pois a insuficiência renal possibilitava uma sobrevida muito mais digna para ela.

Enfim, apenas sei que é estranho acordar e ela não estar na cozinha me esperando. Sentirei profundamente a sua falta, assim como sinto de todos os bichos que já me fizeram companhia.

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