quinta-feira, 25 de junho de 2015

Megalomania

Envolto nos braços de algum herói trágico
Me desfaço das roupas da guerra
Estou cansado, farto e ferido
A batalha está perdida, a guerra sem sentido
Sem esperanças ou sonhos, abraço meu destino
Será o meu drama, minha tristeza, meu sofrer
Meu desencanto, minha infelicidade, minha insônia
Meu desalento, meu futuro, meu gozo,
Minha temperança, meu regozijo, meu saber
Minha lira, meu encanto, minha beleza
Maior do que outro homem?
Sou filho da minha própria alma
Meu maior medo é de eu seja eu mesmo
Quem outrora fui sentenciado a ser
Um futuro próspero e reto
Quem sou eu para desejar mais?
O que mais quero é quebrar as vidraças
Desse castelo de cristal que envolto estou
Os heróis de nada mais me adiantam
Repousar confortavelmente em dor
Daquela que brota das profundezas d’alma
É meu destino por mim traçado
E quem me impedirá?
Essa gigante quimera que se esconde
Se esconde atrás, ali, do espelho.

Eu, a pedra no meio do caminho.

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