Vivemos
um período singular na história da república brasileira, ainda mais
pós-Ditadura Militar. Vivemos um período onde, aparentemente, pela primeira vez
temos os senhores que controlam Pindoroma desde seu alvorecer colonial sendo encarcerados
pelos vastos crimes cometidos contra o próprio conceito de república. Não é
todo dia que tesoureiros de partidos governistas, executivos de grandes
empresas, entre outros figurões, são detidos e posto em posição de vexação
pública. Bom, pelo menos não por aqui.
Uma
coisa me chama muito atenção nas investigações lançadas pelas operações
Lava-Jato e Zelotes é como a, dita, iniciativa, dita, privada é tão dependente
do Estado brasileiro. Até onde tenho conhecimento, não existe nenhuma grande
empresa brasileira, com sede e origem aqui, privada que não dependa de alguma
forma das benesses de um Estado forte e paternalista, seja através de
empréstimos facilitados ou isenções fiscais de todo tipo.
Para
mim, um defensor de um Estado que promova justiça social e que gere condições e
oportunidade de vida igualitárias a todos os cidadãos, é muito estranho
perceber que os (grandes) empresários brasileiros dependam tanto do Estado
brasileiro para conseguir alçar voos mais altos. Isso fere o núcleo duro do
sistema socioeconômico que eles defendem tanto.
Além
desses casos de facilitações financeiras, temos outros casos, como foram as
privatizações, onde uma boa parte da estrutura (precária) brasileira foi cedida
para a iniciativa privada por preços bem camaradas.
Como
não gostou das críticas ad hominem, prefiro uma análise mais estrutural, só
consigo deduzir que o grande problema para a existência de uma a existência de
uma real e forte iniciativa privada em Pindorama é justamente as relações entre
a coisa pública e a coisa privada por aqui.
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em cada 10 casos de corrupção no Brasil têm sua origem nesse tipo de relação,
somente os casos de escândalos realmente políticos, como os mensalões e a
compra da reeleição, é que não tem a sua origem nas ditas relações. O grande
problema do Estado por essas bandas é que ele é mínimo e máximo ao mesmo tempo.
Explico.
Ao
mesmo tempo é que é mínimo, ausente, negligente, corrupto, falho, é máximo, com
uma alta taxa de impostos, regulações, legislação. Podemos perceber que, assim,
ele não agrada nem gregos, nem troianos, nem romanos, nem visigodos, nem
francos, nem astecas...
Urge
surgir alguém, ou melhor, uma geração que repense Pindorama, que encontre novas
e criativas soluções para esse problema. Confiar na nossa classe política é, no
mínimo, inseguro, afinal nossos nobres congressistas só pensam em seus próprios
interesses, como se os mesmos fossem uma porção a parte da população mesmos
fossem uma porção a parte população.
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