Os modernistas têm o mérito, no
campo da literatura, de ser o primeiro movimento genuinamente brasileiro. A
cabeça no mundo, mais os pés bem fincados no Brasil. Isso todo um sabor
especial para a nossa literatura, diferentemente do regionalismo romântico, o
moderno era de fato brasileiro, não uma cópia ou tentativa de aproximação dos
estilos norte-americanos e europeus, principalmente o alemão.
Dentro do modernismo, um dos
grandes nomes do regionalismo literária está o gaúcho Erico Verissimo e suas
narrativas sobre o Rio Grande do Sul. A prosa de Verissimo é de fôlego e um
lirismo magnânimo. Porém não é inédita em sua fonte.
Antes de Verissimo houve Simões
Lopes Neto. Folclorista, Lopes Neto conseguiu catalogar na palavra escrita
diversas lendas e histórias da cultura gaúcha criando a base do movimento
tradicionalista, inclusive criando a figura do gaúcho no imaginário do Rio
Grande.
Em seus Contos Gauchescos ele dá vazão ao poderio criativo em histórias que
são narradas ou que acontecerem com Blau Nunes, dessa forma as histórias ajudam
a moldar as diversas matizes da tradição e da cultura gaúcha. Aliás, Lopes Neto
é um bom exemplo de como as tradições são mutáveis e inventadas, e não
fenômenos que surgem organicamente.
O livro é uma delícia de ler,
afinal apesar de estar com os dois pés no regionalismo, ele não emprega
palavras difíceis de compreender para alguém não acostumado com o léxico local.
Suas histórias não pretendem, como a maioria dos regionalismos literários,
partir do local para o universal, elas têm apenas a intenção de construir uma
narrativa e entreter os leitores.
Ficha de Catálogo:
Título: Contos
Gachescos & Lendas do Sul
Autor: Simões Lopes
Neto
Edição: 01ª
Editora: L&PM
Editores
Ano de publicação:
1998
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