terça-feira, 24 de novembro de 2015

Deu Pra Ti, Baixo Astral...

No último feriado, fiz algo que há 10  anos venho atrasando: fui para Porto Alegre, após dez anos. Dez longos e tenebrosos  invernos.
A cidade tem um papel fundamental na minha vida, no meu estado de espírito, pois é o lugar aonde mais me sinto em casa, apesar de ter nascido em São Paulo. Não sei explicar, mas existe algo nas ruas da cidade que me completa, algo quase simbiótico. Para quem me conhece minimamente, sabe da importância que a urbe tem, foi lá que tive meus primeiros amores e desamores, criei uma verdadeira guilda de amigos, aprendi a ser feliz, a ser triste, etc. etc. etc. Porto Alegre me proporcionou uma verdadeira educação das afetividades.
Retornar depois de tantos anos, que no momento em que meus amigos me apanharam no Salgado Filho se tornaram ao mesmo um mísero instante e um infinito. Poeticamente, a década ausente durou uma batida do coração.

Como toda cidade grande que se prese, Porto Alegre tem diversos problemas urbanos, o mais latente deles, ao meu ver, o de mobilidade urbana, não possuir metrô, ter poucas linhas de ônibus que ligam os bairros sem passar pelo centro, não possuir vias expressas, são apenas alguns exemplos; há outros problemas de saneamento básico, além de uma dependência enorme, na parte de empregos, junto ao funcionalismo público. Meus amigos ainda reclamaram sobre o atendimento público e privada de saúde, além de problemas na área da segurança.
Em compensação, eu e minha em dois dias de passeio na cidade fomos em diversos museus, igrejas - apesar de não sermos cristãos, temos uma verdadeira obsessão por construções religiosas - e atrações turísticas, apesar da cidade em si não ser turística no sentido popular da palavra. Tudo a pé, de graça e, o mais importante, com tempo para reflexão e consumo sensorial dos passeios.
Dizem que as melhores viagens são aquelas que são jornadas, aonde não importa o ponto de origem nem o destino, o que vale mesmo é transformação que ela proporciona. Essa viagem, visita, reencontro, foi uma jornada rumo ao meu passado, aonde eu vi o que era, meus erros, meus acertos, meus desvios, e ao meu futuro, aquilo que eu, ainda, quero me tornar. Filosoficamente, acredito que o presente é sempre fluído e transitório, o passado é cristalino e o futuro é vaporizado. E a minha estadia pelas ruas, praças e prédios de PoA só ratificou
isso.

2 comentários:

  1. Não imaginava como seriam esses quatro dias. O que me aguardava e o que eu traria de lá. Posso dizer que me surpreendido, gostei tanto que quero voltar, pra andar mais 12 km em um dia a pé, pra comer um"X", tomar chimarrão, fazer o que deixamos pra próxima - não deu tempo e principalmente rever tanta gente encantadora que me conquistou. Bah que saudades!

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  2. Venham pra porto! Foi maravilhoso reve-lo e conhecer a Rosi! Precisamos de mais visitas!

    Beijos da irmã do Leo

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