segunda-feira, 30 de novembro de 2015

Diário de Bordo, Data Estelar 69379

Indo audaciosamente aonde nenhum homem jamais esteve
Sou um animal sensível. Eu sinto as dores e prazeres do mundo. De forma intensa, profunda e irremediável.
Esse é uma das conclusões óbvias, de tão óbvia que eu simplesmente ignorava, que eu cheguei em quase dois anos de terapia, e contando. Aliás, uma das coisas que mais me espanta na terapia é quão cego somos para a nossa própria subjetividade.
Há tempos não escrevia, pelo menos aqui, sobre a minha condição de saúde, sobre a evolução do meu caso. Acho que esse tipo de texto é o único que seja realmente válido para o público em geral que frequenta aqui.

O motivo principal pelo qual não escrevo é uma pretensa falta de tempo, que mesmo assim não é desculpa. Outra é que a terapia tem ocupado o espaço que antes era da escrita dessa reflexão subjetiva, o que tem funciona de maneira muito mais objetiva e profunda.
Para quem quiser saber, estou muito bem, estável, há meses não tenho nenhuma crise ou episódio ou surto. Estou vivendo as minhas emoções mais plenamente, mais verdadeiramente, ao que tudo indica estou aprendendo quem eu sou mais profundamente. Terapia, para mim, passa por uma experiência pedagógica, eu diria que terapia para mim tem sido uma pedagogia das afetividades, para usar um termo em voga.
Sobre o começo do texto, de eu ser um animal sensível: a partir do momento em que percebi e absorvi isso, dei um grande passo rumo à minha felicidade. Abraçar esse  lado sensível me permitiu entender melhor como eu vejo o mundo e qual a minha posição nele.

Percebo que se eu tenho alguma função nessa existência é de povoar o mundo com beleza, a minha beleza intelectual e criativa, e de sensibilidade. Ser o que eu sou, parte de um todo, todo de uma parte.

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