quinta-feira, 9 de abril de 2015

A Busca da Felicidade

Num desses dias, enquanto ministrava uma aula sobre o período colonial na América portuguesa, um aluno me perguntou porque eu lia tanto, para que isso servia, essas perguntas que acredito que qualquer professor já ouviu. Na minha cabeça, tinha tantas respostas para essa simples pergunta, que no final não tinha nenhuma.
Passei o resto do dia digerindo um pouco a pergunta, e suas possíveis respostas. Passei o resto do dia perguntando-me: por que eu leio tantos jornais? Por que eu estudo tanto? Acompanho pelo menos uns cinco portais na internet, tanto nacionais quanto estrangeiros, mais canais no YouTube, mais alguns blogs. Isso apenas para me manter, metafisicamente, atualizado sobre o que está acontecendo ao meu redor.

Se pegarmos os livros, isso pioria ainda mais. Leio, pelo menos, três livros ao mesmo tempo: um de literatura, um de filosofia e um de ciências humanas (principalmente de história, por conta da minha formação).
A pergunta, simples e verdadeira, como todas as perguntas deveriam ser, me fez refletir a causa de procurarmos tanta informação e tanto conhecimento. Por mais que eu tenha um enorme prazer tais reflexões e obter tais conhecimentos, é preciso questionar a praticidade, a capacidade prática, de tal hábito, certo?
Um retumbante não.
Claro que estudar, que obter conhecimento, tem uma função prática na minha vida profissional, pois faz com que minhas aulas passam a ser melhores, além de influenciar no meu, provável, trabalho como historiador.
É na minha vida particular, todavia, que o conhecimento e informação fazem a maior diferença. Meu entendimento sobre mim, sobre o mundo, sobre as pessoas, sobre a vida, enfim, sobre todo e qualquer e assunto, passa definitivamente por todo o conhecimento que já obtive na vida. Acredito que o papel fundamental da filosofia e do todo conhecimento, seja prático e material ou metafísico e puramente epistemológico, é a felicidade. Portanto, a busca pelo conhecimento, pelo entendimento, é inefavelmente a busca pela felicidade.
No final era a resposta para uma pergunta tão simples e verdadeira tinha que que ser uma que fosse igualmente simples verdadeira, o que nos leva a outro questionamento: se as perguntas e respostas são, igualmente, tão simples e verdadeiras, porque complicamos tanto a vida?

A resposta eu sinceramente não sei.

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