Num desses dias, enquanto
ministrava uma aula sobre o período colonial na América portuguesa, um aluno me
perguntou porque eu lia tanto, para que isso servia, essas perguntas que
acredito que qualquer professor já ouviu. Na minha cabeça, tinha tantas
respostas para essa simples pergunta, que no final não tinha nenhuma.
Passei o resto do dia digerindo um
pouco a pergunta, e suas possíveis respostas. Passei o resto do dia
perguntando-me: por que eu leio tantos jornais? Por que eu estudo tanto?
Acompanho pelo menos uns cinco portais na internet, tanto nacionais quanto
estrangeiros, mais canais no YouTube, mais alguns blogs. Isso apenas para me
manter, metafisicamente, atualizado sobre o que está acontecendo ao meu redor.
Se pegarmos os livros, isso pioria
ainda mais. Leio, pelo menos, três livros ao mesmo tempo: um de literatura, um
de filosofia e um de ciências humanas (principalmente de história, por conta da
minha formação).
A pergunta, simples e verdadeira,
como todas as perguntas deveriam ser, me fez refletir a causa de procurarmos
tanta informação e tanto conhecimento. Por mais que eu tenha um enorme prazer
tais reflexões e obter tais conhecimentos, é preciso questionar a praticidade,
a capacidade prática, de tal hábito, certo?
Um retumbante não.
Claro que estudar, que obter
conhecimento, tem uma função prática na minha vida profissional, pois faz com
que minhas aulas passam a ser melhores, além de influenciar no meu, provável,
trabalho como historiador.
É na minha vida particular,
todavia, que o conhecimento e informação fazem a maior diferença. Meu
entendimento sobre mim, sobre o mundo, sobre as pessoas, sobre a vida, enfim,
sobre todo e qualquer e assunto, passa definitivamente por todo o conhecimento
que já obtive na vida. Acredito que o papel fundamental da filosofia e do todo
conhecimento, seja prático e material ou metafísico e puramente epistemológico,
é a felicidade. Portanto, a busca pelo conhecimento, pelo entendimento, é inefavelmente
a busca pela felicidade.
No final era a resposta para uma
pergunta tão simples e verdadeira tinha que que ser uma que fosse igualmente
simples verdadeira, o que nos leva a outro questionamento: se as perguntas e
respostas são, igualmente, tão simples e verdadeiras, porque complicamos tanto
a vida?
A resposta eu sinceramente não
sei.
Nenhum comentário:
Postar um comentário