segunda-feira, 3 de novembro de 2014

Por Amor À Argumentação

Como todos sabemos, moro na região da Avenida Paulista e sabemos, mais ainda, que durante o final de semana que passou tivemos uma manifestação, todos têm direito a se manifestar em um estado de direitos, contra a eleição da presidente Dilma. Afinal vivemos, mesmo que ainda não percebam, em uma democracia frágil e ainda engatinhando. Vivemos aquele que um dia virá a ser a Idade de Ouro da nossa democracia. Ao áureo metal me refiro como questão histórica, não como governo(s), nosso tempo ainda vai ser lembrado como o tempo em que votamos para presidente, tiramos o mesmo do poder, elegemos um intelectual, um metalúrgico e uma ex-guerrilheira.
Não podemos perder o foco, por isso voltemos.

Estava acompanhado de um grande amigo, um daqueles poucos que me restam depois de um ano de Copa do Mundo e Eleições Majoritárias, e entre o debate sobre a lógica russelliana e a moral kantiana, presenciamos alguns senhores sorvendo Don Perrier e senhoras protegidas do calor com sombrinhas rendadas em suas extremidades bem acalorados e por amor à argumentação resolvemos conversar com um dos transeuntes, eles a pleno pulmões repetiam palavras de ordem, a nós coube o papel do Grilo Falante:
- Queremos melhores serviços públicos!!!
- Como?
- Cortando impostos.
- Queremos estado mínimo!!!
- Como?
- Com soberania nação e intervenção militar.
Deveras, o Brasil não é um país para iniciantes.

Eu e meu amigo saímos andando, e coçando nossas cabeças, entendendo finalmente que vivemos em um país kafkaniano onde quem está no governo agora fazia exatamente a mesmas críticas de quem hoje está na oposição, noves fora a questão militar, cláusula pétrea, uma das últimas decentes, do atual partido governista.

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