A longa espada adormecida está cravada entre rochas
flageladas, ambas leais e valentes nas guerras, tingidas de rubro e fluído
viscoso, que antiga e única companheira era-me ela, servindo-me, agora, de
repouso cansado.
Havia fogo, corpos, asco e medo por onde tocava a visão.
Cansado, abatido, ferido e com as mãos postas em cima do cabo estava eu, um
visigodo perdido em meu tempo. Era passado ou presente? Não sei, meus olhos
estavam cegos diante de tantos embates, batalhas e combates.
Não suporto, não mais!
Casa?
Onde seria?
Onde estaria?
Não mais lutaria, era vão aplacar em fúria contra os
inimigos. Eu viera a me tornar um deles, meu inimigo.
Pelo que lutava?
Não sabia.
Somente sabia sentir o sabor salobro de suor, sangue
surgindo do solo. O medo da destruição invadia-me a razão. Farei da sombra meu
destino.
Não mais espadas!
Não mais batalhas!
Não mais guerras!
Não mais!
Desistiria de ser eu mesmo e de ser o que outros eram eu.
Na sombra do meu destino e no exílio de minha existência
iria viver. Não mais guerreiro, não mais visigodo!
Viveria em paz.
Conseguiria eu viver com a memória daquele cheiro?
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