Não tenho trejeito
para o colunismo social, e acho que nem aqui é esse espaço, porém não tenho
como “cobrir” um evento que me ocorreu sábado, e me levou à uma séria reflexão
sobre o amor, relacionamentos e casamento.
Fui ao casamento de
dois amigos muito queridos e amados, amigos de longa data e que tive o prazer
de ver sua união sendo celebrada. Eles estão juntos, como namorados há mais de
10 anos. Durante esse período, eles tiveram seus percalços, seus problemas,
suas desavenças. Eles podem ser fofos, mas ainda assim são humanos.
A questão principal,
para mim, não é essa. É como eles conseguiram construir esse relacionamento até
o ponto inevitável de se unirem na presença da lei, família e amigos. Eles
evidentemente se amam muito, muito mesmo. E o que muda com um simples papel, ou
anel, ou benção?
Não sei dizer, afinal
eu mesmo, como diz minha avó, “vivo em pecado com a minha mulher”, eu não sei o
que é estar casado, não de fato, pois assim sou, mas de direito. Eu e minha
mulher, ou esposa, também estamos em um longo relacionamento, com nossas
turbulências e tudo mais, mas até agora, não sentimos nenhuma urgência, esse
desejo irreparável e incontrolável para nos casarmos.
Voltando ao sábado, a
cerimônia foi muito bonita, laica e descontraída, como todo casamento deveria
ser, na minha opinião. Ainda é possível amar e casar? Estou plenamente
convencido que sim. Com as mudanças sociais e comportamentais do século 20,
vimos o surgimento das mais variadas formas do amor e da união de pessoas se
manifestarem e com isso, tirando algumas regiões ainda muito conservadoras
sobre o tema, o casamento virou de fato o símbolo do amor.
Casar por interesses
políticos ou financeiros, esses últimos, infelizmente, ainda muito presentes,
tem se tornado a cada dia mais obsoleto e condenável. Meus amigos poderiam
passar o resto de suas vidas juntos e não oficializar sua união, eu posso
passar o resto dos meus dias sem oficializar a minha união, mas o importante
aqui é o símbolo, ou o significado profundo, que essa união atinge.
E que viva o amor, em
todas as formas, em todos os seus arranjos.
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