quinta-feira, 29 de maio de 2014

Diário de um Professor: Socorro, meu filho não lê!


Como ainda não sou formado, estamos na batalha!, muito do meu trabalho é com aulas particulares e como tutor, sendo assim, preciso lidar muito com pais e alunos dentro de suas casas. O que aguçou meu senso de observação espacial para certos detalhes.
Cada vez mais eu percebo que os lares não têm bibliotecas, ou um espaço onde livros e revistas estão ao alcance de todos, inclusive para quem ali habita. O que é muito estranho para mim, afinal em casa, mesmo nos tempos de aperto financeiro, sempre havia um espaço destinado ao estudo e a leitura de modo geral.

Com isso, não é à toa que a reclamação que mais ouço, ainda mais sendo professor de humanidades, é que os filhos não leem nada, ou leem muito pouco. Claro que não é um problema meramente arquitetônico, se fosse, a solução seria muito simples.
Quando me fazem tal constatação eu sempre respondo com a série pergunta: “e, você, lê? Quando faz, seu filho está presente? Você levou seu filho em uma biblioteca ou livraria como passeio, não como obrigação? Quando seu filho estava engatinhando, ou na fase mais lúdica da primeira infância, enquanto ele brincava você lia algo na frente dele? Você já leu para ele dormir? Você assina algum jornal ou revista? ”. Acreditem, a grande parte que obtenho é: não. Para nenhuma dessas perguntas, por sinal.

Pais, lembrem-se, as crianças são miméticas por natureza, elas têm uma capacidade de observação incrível, o que faz com que elas repliquem muito do seu comportamento. Você quer que seu filho seja um bom leitor, seja você um bom leitor também. Incentivar a leitura não é apenas comprar um monte de livros para as crianças, mas sim mostrar para elas que a leitura pode ser prazerosa, que ela não é apenas obrigação, que pode ser divertida, lúdica, construtiva.

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