sábado, 6 de setembro de 2014

Diário de Bordo, Data Estelar 68148.1

Permita-me, leitor, divagar um pouco nesse texto. Partirei de uma premissa, e tentarei chegar à uma conclusão de ordem prática. Essa premissa primeira é uma pergunta, ao meio de várias turbulências e horas de uma melancolia que desperta com o simples farfalhar das asas de uma borboleta: eu ainda tenho esperança, seja ela qual for?
Claro que sim, não tenho porque desistir. Acredito que haja alguma redenção para mim, em alguma curva do destino, ou de uma dobra no tecido do espaço-tempo. E por que acredito, sendo cético, em algo tão vago e impreciso? Simples: no fundo, todo homem procura a felicidade, seja em si mesmo ou no exterior de si.

Meu grande problema, aqui, é conceitual: o que é a felicidade para mim? Enquanto não definir esse conceito, e como humanista eu preciso me guiar por conceitos estabelecidos, eu não serei feliz. Há que se festejar o fato de, na minha opinião e vivência, de eu já ter dado dois grandes passos: primeiro é admitir que haja algum tipo de felicidade para mim; e, segundo, começar a perceber o que me faz infeliz.
Por que esse ponto, da infelicidade, é tão importante? Como conceito, a felicidade se define pelo o que ela e pelo o que ela não é, ou seja, eles se defini por si e por seu inverso. E a infelicidade é o inverso da felicidade.
Em nome da proposta desse tipo de texto aqui, dividir experiências da depressão com quem tem ou não tem depressão, eis algumas coisas que percebi que me fazem infeliz, e que na medida do possível, estou tentando afastar de mim:
  • ·         Ficar longe, geograficamente ou emocionalmente, da minha esposa...
  • ·         Ficar sem escrever, a comunicação escrita tem um pudor de expurgo em mim,
  • ·         Injustiças de todas as formas,
  • ·         Violência contra quem não tem capacidade de se autodefender,
  • ·         Ficar muito tempo sem ler ou estudar,
  • ·         Ver o Verdão jogar tão mal... (pode parecer fútil, mas o futebol é uma parte muito importante na minha vida),
  • ·         Pessoas sem capacidade de diálogo,
  • ·         Paradoxos.

Enfim, há várias outras coisas que me trazem infelicidade, mas não consegui verbalizar. Mas acho que começo um bom caminho para a minha recuperação.

O que já são boas notícias, não são?

Nenhum comentário:

Postar um comentário