Viventes e leitores, estou de
volta ao Grão-Tucanato da Paulicéia, onde o cinza é mais cinza, o verde mingua,
e, pelo andar da carruagem, vamos precisar de muita esperança para vermos a
situação do fornecimento dos recursos hídricos reestabelecidos. Vamos ter que
prender a respiração, porque a jornada vai ser complicada. Eu já estou até
pensando em adotar um outro cachorro e chama-lo de Baleia.
Passei 10 dias em Sete Lagoas,
Minas Gerais, na antessala do Sertão – aliás, esse Sertão, em caixa alta, vai
ser tema de um ensaio literário para breve – me recuperando de um surto de
ansiedade e depressão que quase me levou à decisão final.
Foram ótimos dias, sair um pouco
da minha casa, da minha cidade, me afastar um pouco da minha zona de
(des)conforto, foi reconfortante. Tive um pouco de perspectiva sobre a minha
condição, a minha recuperação, a minha vida como um todo.
Estando em Minas, na casa dos meus
pais, eu pude produzir muito, meu livro já está em estágio bem avançado
enquanto à sua criação e revisão, além de já ter um projeto gráfico para ele. O
que foi um tremendo avanço.
Junto com essa onda criativa, que
é uma sensação incrível, pois assim eu consigo me sentir útil e estar fazendo o
que gosto, recebi um verdadeiro vendaval de mensagens de apoio e carinho, de
pessoas de quem nem sabia que se importavam comigo, essa confluência de fatores
me fez perceber que eu ainda tenho salvação, e que preciso juntar os caquinhos
e continuar a vida.
Uma das coisas mais bacanas dessa
viagem foi conhecer um pouco do interior de Minas. Eu já conhecia um pouco do
estado, principalmente Ouro Preto e Mariana, além de Belo Horizonte, Nhotim e
Cordisburgo, terra natalícia de Guimarães Rosa.
Nessa viagem, feita inteiramente
de carro, eu conheci a Serra do Cipó, a Serra da Piedade, Sabará e Caeté. E
foram nessas duas serras em que tive o prazer da contemplação do horizonte, um
horizonte que não tem fim, que nunca termina. Mas é pujante e verdejante.
Minas, suas montanhas, seus caminhos, sua lua e suas estrelas me renovaram
profundamente.
E o resto é vida que segue...
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